sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

SENSAÇÕES FORTES


SENSAÇÕES FORTES
Vai-se embora o mês de Fevereiro e leva com ele, as montarias. Uns terão boas recordações, outros, nem por isso.
Este método de caça, consta nos calendários venatórios das Zonas de Caça, e tornou-se "moda". Infelizmente, mesmo aquelas que têm um número muito reduzido deste "ungulado" (javali), que é o principal protagonista das montarias, também as incluem no seu calendário, prejudicando o "ingénuo" Monteiro que acreditou na dignidade dos Organizadores. Mas isso é outra história, que fica por contar e que um dia destes, analisaremos.
Agora! É tempos das "ESPERAS"!
Esta modalidade, também consta nos P.A.E.’s e nos calendários venatórios e têm a pretensão de oferecer aos apaixonados deste método de caça, vibrantes sensações e lances inesquecíveis que perdorarão na memória. Esta modalidade cinegética, como qualquer outra, não é para todos. Cada caçador tem uma modalidade favorita dentro do hemisfério venatório, sendo poucos, aqueles, que gostam de todas de igual modo.
As "esperas", e sem querer ferir susceptilidades, são para "homens de barba rija". Estas, proporcionam aos caçadores a oportunidade de se sentirem realmente sozinhos, de dscobrirem muitos sons e movimentos que nascem quando "morre o dia", e permitem fazer uma análise das nossas reações perante a incerteza, bem como interpretar os acontecimentos ocultos da escuridão. Proporciona-nos ainda o privilégio de nos distanciarmos por algumas horas de um progresso apenas assinalado no céu pelas luzes dos aviões. Tudo tão perto e tão longe, simultâneamente, tão confuso, tão propício para nos medirmos a uma curtíssima distância com um animal verdadeiramente selvagem, que nos torna tão pequenos, perante tanto mistério e grandeza.
É muito difícil, senão impossível, transmitir a sensação de cada "espera" a outra pessoa que nunca tenha realizado alguma. Estas sensações não se conseguem traduzir em palavras, sentindo até alguma frustação por não as conseguirmos partilhar. Não há nesta modalidade o meio termo, ou se amam, ou se odeiam.
O Caçador de "esperas" colocado no seu posto, sente outro mundo, não possível a todos. Ali, o céu é diferente. É muito mais profundo, contém muito mais estrelas (muito mais brilhantes), nas quais, se "desprende" uma de vez em quando, e "risca" o astro, no seu trajecto, que fica marcado pelo espectro do seu rasto.
...de repente, o ritmo cardíaco dispara com o estilhaçar de um pau. Aguarda-se alguns minutos, e da penumbra do emaranhado das estevas, surge imponente o "rei da mata". O bater da nossa máquina parece descordenar-se "chegando a agulha ao vermelho", sustem-se a respiração, levanta-se tremulamente a arma, tenta-se meter bem a cara, e...
Quero aqui salientar, que este tipo de caça não é como muitos julgam, uma caça assasina e bárbara. É sim, no regime ordenado, uma caça selectiva.
É na "esperas" que vão aparecendo os velhos navalheiros que sobreviveram ao longo de muitos anos a montarias e todos os métodos possíveis de caça (legais e ilegais). Geralmente, nas "esperas" abatem-se machos adultos, sendo éticamente incorrecto, abater fêmeas com listados ou juvenis. No caso de entradas com vários elementos, atira-se sempre ao mais volumoso (desde que não hajam "criancinhas"), sendo este normalmente o portador do troféu. Mas o objectivo é mesmo o solitário, tendo aqui, nós a certeza de que é um macho "dos tais".
No entanto, não se pense que em cada "espera", entra porco. Por vezes passa-se uma lua só a ouvir os sons da noite e a ver o brilho das estrelas.
Este método de caça, existe também, porque sendo este ungulado um animal de fácil reprodução e não tendo predadores naturais, tem aumentos brutais de população, causando devastadores prejuízos à agricultura, havendo a necessidade de o controlar.
Quem anda no terreno é conhecedor dos quantitativos populacionais e sabe até aonde deve ir. Tal qual, uma exploração de ovelhas, vacas, etc., proporciona-se alimento, zona de refúgio com condições para reprodução, e abatem-se os números excedentários. A isto chama-se gestão e ordenamento cinegético e carece de um trabalho "meticuloso" antes de nos podermos sentar no "palanque". Habituar um "javardo" a comer em determinado sítio, e mantê-lo a procurar o "jantar" todas as noites do ano, é uma árdua tarefa, que alguém terá que assumir.
Hoje em dia, o amante das "esperas" é um "caçador de troféus" que confia a sua posição "numa lua" a uma Empresa ou Associação (vocacionada para a modalidade), que se ocupa de a preparar. Mas também aqui, como nas montarias terá de haver "bom senso" por parte dos organizadores, e "credebilidade" por parte de quem se sentará no "palanque".
Boas esperas e óptimos troféus!
Manuel António

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Montaria Proença-a-Nova

Montaria de Proença 2008/02/24

Organização: Zona de Caça Municipal Proença
Portas: 100??
Matilhas:??
Javalis: 1 Navalhinhas
Tempo: Chuva e temperatura amena
Grupo: Manuel Teixeira, Agostinho, Jorge Maia, Carlos Alves, Miguel Salema, Tozé Granja, José Cruz, Paulo Esteves, José Carlos Coruja, éramos muitos.

Juntamo-nos no campo de tiro de Pedra do Altar, eu não comi o taco mas tinha um aspecto delicioso (fêveras, queijo fresco, enchidos etc), como jé é habito naquelas andanças apareceram os Bombos do Joca para animar antes da montaria… tudo prometia.

Deslocamo-nos para as bombas de gasolina de Proença onde apanhamos os Postores para as nossas portas, a mim calhou-me a porta 56 muito boa , embora não tenha passado nada senão 2 raposas.

No retorno e já com o Jorge Maia este transcreveu o sucedido ao Agostinho, que zangado com a porta que lhe havia calhado (pensando este que esta era para o Coruja), ficou indignado pondo em causa a sua continuidade na montaria, não fora o bom senso do Jorge Maia para se dispor a trocar pela sua. Não sabia o Agostinho que o Maia tem destas coisas e tinha contratado um Javardo para a porta do Agostinho o que se veio a verificar no final(se o agostinho fosse vidente não teria trocado a porta), tendo este sido cobrado depois de muita luta pelo (peço desculpa se cometer alguma imprecisão) Sr. Major Curto.

Lamentavelmente tive que me vir embora e quem quiser comentar o repasto que o faça por favor.

Fim de época de montarias para o ano há mais para comentar entretanto queiram por favor pôr-nos corrente das vossas esperas.

Cumprimentos

Mané Granja

NB. "mais uma enrabadela.!!!" espero que se ja a ultima. como disse o Joca eu já tive 3 seguidas.

Montaria mancha do Fojo


As montarias para além da caça são um convivio


Este blog foi criado por mim com o objectivo de comentar a jornada de caça, para divulgar caçadas, para debater ideias, para apontar eventuais anomalias, etc, tudo isto com o objectivo de usufruir-mos de um bom dia de caça, nunca com a finalidade de ofender ou maltratar aqueles que com o seu trabalho (com fins lucrativos ou não), nos proporcionam este dia.

Caríssimos Amigos e Monteiros, pretendo com este artigo esclarecer e por fim a uma controvérsias que de todo não vejo mal nenhum, em as pessoas envolvidas não devem sentir-se melindradas por outras criticarem aquilo porque supostamente trabalharam por ser melhor.

A montaria da mancha do Fojo, como outras(!!!) montarias fosse pelo que fosse, foi um fiasco, daí não vem mal ao mundo mas não é com essa finalidade que vamos as montarias, mal seria que o Joca e o Nuno para agradar aos presentes tivessem comprado um camião de porcos para lá porem. Não, não o fizeram, poderiam no entanto, quando verificaram que esta mancha não tinha porcos (sim, porque o devem ter verificado) , mudar a mancha ou cancelar pura e simplesmente a montaria.

Quanto ás enrabadelas, o meu comentário é o seguinte: só sou enrabado por amigos ou amigos dos amigos. Porque aos outros eu não deixo.

Espero que as montarias de ano que vêem sejam mais produtivas, de forma a colocar aqui êxitos e troféus que orgulhem os organizadores e Caçadores.

Abraço a todos.

Mané Granja

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Montaria de Idanha-a-Nova (Mancha do Fojo)




O próprio nome da mancha, convidava-nos a "fugir"!
17-02-08 – É incrível! Mas o facto, é que embora já tenha alguma experiência, e algum sentido de presentimento para detectar "barretes", desta vez deixei-me levar pela "magia" da amizade, e involuntáriamente fiz algo contrário áquilo de que muito me orgulho.
O que mais me revolta, nem é o facto de eu apanhar um barrete, porque eu já levo "as coisas" de uma maneira, que consigo tirar algum partido da situação, já que mais não seja, pelas fotos para o album das recordações. Embora também lamente o tempo perdido, que para mim é preciossísimo, por ter outros afazeres de gestão (na érea cinegética), o pior, é sentir que involuntáriamente também enganei pessoas, que de certeza também teriam mais que fazer, e que participaram em "uma tentativa" de montaria, pelo facto de terem confiado em mim, e de eu ter confiado em outros.
Puro engano! O meu e o deles.
Fomos todos enganados.
O Joca é um óptimo rapaz, do qual, eu sou verdadeiramente amigo e tenho algum apreço, mas falhou mais uma vez. Eu, que já tenho obrigação de o conhecer bem, deixei-me levar pelo facto de a mancha que iria ser monteada, não a conhecer, desde há 6 anos, a qual, nesse ano ter dado 33 javalis, e eu ter estado presente. Não sabia era que desde essa altura, a mesma, tenha sido explorada intensivamente com gado "vacum" (bovino). Ora se eu soubesse, imediatamente deduziria o resultado que não iria além do zero.
Quem anda nestas coisas, tem obrigação de saber com toda a certeza, que o pior inimigo das actividades cinegéticas, nomeadamente da caça maior, é exploração intensiva de animais domésticos, seja caprino, ovino, avícola, mas principalmente bovino, pela sua maior apetência alimentar e tendência em atacar os Javalis.
O que importa, é que quando já em cima da 4 x 4 que me iria colocar na minha "porta", na qual, eu imediatamente abandonei, por esta não o ser sequer, mas tão só, um buraco de poucos metros aonde eu só conseguia ver a minha mochila e nada mais, ía fazendo uma leitura do terreno a tentar vislumbrar algo, além da bosta de vaca que por todo o lado abundava, inclusivé, em cima dos pedregulhos. Além disso, consegui aperceber-me pelo brilho intenso das fitas que marcavam o espaço de 20 m de cada porta (marcadas ao metro e não á zona), que tinham sido colocadas há poucas horas, e que os usufrutuários do terreno (as vacas), tinham abandonados o local (para o outro lado da estrada) , no dia anterior.
Todas as portas, além das portas concebidas exclusivamente, para o proprietário e seus convidados, eram uma espécie de portas duplas/triplas, aonde "uns ao colo dos outro" íam perdendo a "fesada" que haviam alimentado, por culpa do "marketing" enganoso que falava em mãe das montarias e resultados entre 30 a 50 "porcos".
Eu confiei e transmiti!
Então também enganei, porque me deixei enganar, e porque confiei e esqueci-me que por trás desta organização estava o meu amigo Joca em consórcio com o seu amigo Nuno (não! Não é esse "o Nuno Pinto"), duas figuras carismáticas das montarias do "nosso Interior". Digo isto com alguma tristeza, porque realmente gosto dos dois. São pessoas fenomenais, e têm bastante valor (principalmente o meu amigo Joca), mas uma coisa é ser uma pessoa maravilhosa e outra é ter capacidade de gestão e organizativa, que são as lacunas que eu lhe aponto.
Quanto ao proprietário do terreno, que se deite cedo, pois o facto de usar safões personalizados e adaga dos tempos dos "samurais", não lhe dá o direito de querer as vacas, os porcos, o terreno e o dinheiro.
Ao que me toca, peço imensa desculpa a todos que convenci a estarem presentes nesta montaria, em que levar a arma foi um sacrilégio, pelo trabalho que depois tiveram que ter para a limpar, e pelo "banho" que apanharam.
Futuramente só me irei desculpar pelos meus actos, se para eles houver motivo. Espero que não.
Um abraço a todos!
Manuel António

Montaria de Idanha-á-Nova

17/2/2008
Montaria organizada pelo Joca e pelo Nuno,
66 portas
3 Matilhas
60 Euros
Mancha por montear á 6 Anos(????????????????).


NÃO COMENTO ENRABADELAS

A Minha primeira espera

Local: Benquerenças
Hora e data : 18.30h 16/02/2008
Palanques: 3 e 9
Temperatura: 12º , céu nublado pouca lua


Eu e o Carlos Alves, resolvemos experimentar fazer uma espera aos javalis e assim contactamos mais uma vez o nosso companheiro de Castelo Branco Manuel Antonio que de pronto nos facultou essa possibilidade.

Depois de andar-mos a passear-nos por Monte do Pombal, a nossa futura reserva turística de caça (espero que para pouco felizardos), onde para além de algumas perdizes (poucas) e uma raposa enorme vimos uns quantos patos e monte para tratar.

Dirigimo-nos para as Benquerenças, já um pouco atrasados para ir para o nosso palanque, a falta de experiência fez com que eu e o Carlos tivesse-mos de nos vestir a pressa para fazer face ao frio que tardou em vir. Colocados e passados 20 minutos ouvi o primeiro tiro, passados mais uns quantos minutos sinto passos de um tal javardo que pelos passos e barulho deveria ser um boa animal, ter-me-á cheirado pois só o senti passado uma hora mas a afastar-se, tirando uns barulhos aqui e ali de pequenos animais nada mais senti, tendo ido embora por volta das 22.00h hora combinada.

Serviu para sentir pela primeira vez o contacto com a noite de espera.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Montaria Soutelo Montesinho 9/02/2008


Montaria Soutelo Montesinho 9/02/2008
Organização Clube Monteiros do Norte
Matilhas - 9
Portas - 100??? (não prestei atenção, por causa dos "As" e dos "Bs" ).
Javalis - 16
Temperatura amena 18º
Preço - 85€
Grupo - Mané Granja, Carlos Alves, Tony Monteiro "Moina"


Desta vez decidimos ir de manhã, uma vez que como sempre estas montarias não começam antes do meio dia, esta não foi excepção.

Recebidos numa pequena aldeia da Serra de Montesinho numa tenda de festas, Taco muito bom com Feveras de porco grelhadas, entrecosto, queijos, requeijão e compotas etc.

Feita a distribuição das portas, mais uma vez a mim calhou-me a porta mais desejada, mas sem frutos! O meu postor, o Eng. Matias muito simpatico com a preocupação de nos dar o melhor bem estar possivel, não nos levou a porta no carro porque assim lhe pedimos.
Infelizmente, não consegui cobrar o javardo que me surpreendeu por de traz, levando consigo um tiro possivelmente na pata da frente, uma vez que na encosta ainda rebolou dando-me a sensação de estar redondo, não foi o caso, virou-se pela encosta acima tal o meu espanto por tiro pouco preciso.
Ao Carlos um caminho para variar, mas também outra coisa não seria necessaria pois foi consigo para a porta o palrador-mor que não deixe javardo algum aproximar-se.
Deliciei-me durante toda a montaria a ver corsos (fêmeas), que se esbarravam comigo sempre que acossados pelos cães (ex:aqui na foto)
Ouviram-se poucos tiros para os porcos mortos, uma boa média.


Enfim, uma montaria organizada pelos Clube de Monteiros do Norte que para um encontro e monteiros, providenciaram a presença dos Pauliteiros um jantar que não sabemos se bom porque tivemos que vir embora mas a saber seria Vitela assada e Leitão da região, prometia.







Aqui o Monteiro a preparar-se para montar o Javardo, Já morto, porque se fosse de outra forma também subia para o Charrasco.